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Bancada gaúcha e entidades do agro pedem à ministra da Agricultura medidas para minimizar estiagem

Até o momento, 63 municípios já decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas
24/11/2020 Agência de Notícias ALRS - Foto: Joel Vargas

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, recebeu na tarde da segunda-feira, dia 23 de novembro de 2020, por meio de videoconferência, uma série de demandas das entidades do agro e da bancada gaúcha para minimizar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul. Até o momento, 63 municípios já decretaram situação de emergência devido à falta de chuvas.

Na abertura da reunião, o presidente da Assembleia Legislativa, Ernani Polo (PP), relatou os prejuízos da escassez de água nas lavouras de milho, com reflexos na suinocultura e na produção de leite.

“A estiagem atinge todo o Rio Grande do Sul, especialmente as regiões norte e noroeste. Essa situação afeta a produção de todos os produtos agropecuários”, comentou o parlamentar, acrescentando a importância de sinergia entre as entidades e as diferentes esferas de governo para minimizar os problemas.

Na reunião mediada pelo secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, coube ao presidente da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS), Carlos Joel da Silva, apresentar as demandas à ministra.

A primeira é pedir mais agilidade na emissão do relatório de comprovação de perdas, permitindo rapidez aos trâmites do seguro agrícola para implantar, após a retirada da massa verde do milho afetado para a alimentação animal, outra cultura na mesma área, de soja ou novamente o milho. A estimativa é de que as regiões noroeste e norte concentrem 40% do milho plantado no Estado.

A segunda demanda é criar uma linha de crédito de custeio de milho emergencial que não tenha impacto no risco bancário e no limite de crédito para permitir ao produtor rural o plantio de novas áreas com a cultura. Segundo o dirigente, é preciso apoiar o plantio de novas lavouras de milho, já que há grande déficit do cereal nas cadeiras de produção da proteína animal.

A terceira solicitação é a ampliação da oferta de milho, por meio do envio de pelo menos 100 mil toneladas para ser comercializado pelo ProVB/Conab (Programa de Vendas em Balcão da Companhia Nacional de Abastecimento).

O quarto pedido é o aumento do limite de consumo para bovino de leite de 60 para 120 quilos por mês, dentro do mesmo programa, para manter a nutrição adequada. Por fim, foi feita a defesa da implementação de um auxílio emergencial aos agricultores atingidos pela estiagem.

A ministra Tereza Cristina lamentou a situação da falta de chuvas no Estado e pediu às entidades e à Secretaria Estadual da Agricultura levantamentos sobre os municípios afetados e os prejuízos causados pela estiagem em cada cultura, uma vez que os dados disponíveis no Ministério da Agricultura ainda não retratam o que foi relatado na reunião.

Ela ainda destacou que, desde o ano passado, já foram direcionados para o Rio Grande do Sul R$ 1,8 bilhão para minimizar efeitos da estiagem. Ainda há, segundo a ministra, recursos para a implantação de reservatórios de água. Uma nova reunião deve ser realizada na semana que vem, após o envio dos relatórios dos prejuízos ao Ministério da Agricultura.

Participaram da reunião, também, o senador Lasier Martins (Podemos), os deputados estaduais Adolfo Brito (PP), presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia; Zé Nunes (PT), Elton Weber (PSB), Silvana Covatti (PP), Sérgio Turra (PP) e Zilá Breitenbach (PSDB); os deputados federais Alceu Moreira (MDB), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária; Dionilso Marcon (PT), Afonso Hamm (PP), Lisiane Bayer (PSB), Ubiratan Sanderson (PSL), Elvino Bohn Gass (PT), Jerônimo Goergen (PP), Ronaldo Santini (PTB), Heitor Schuch (PSB) e Afonso Motta (PDT); e os presidentes de entidades Paulo Pires (Fecoagro), Geraldo Sandri (Famurs), Gedeão Pereira (Farsul), Maneco Hassen (Famurs) e Rui Valença (Fetraf).

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