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Sistema para monitoramento de abelhas foi apresentado em reunião na câmara da apicultura da Seapdr

Monitoramento será feito em municípios da Depressão Central, do Noroeste, do Nordeste e do Sul gaúchos
13/09/2020 Ascom Seapdr / Edição: Secom - Foto: Divulgação / Marconi Flach

O Sistema de Informação e Monitoramento de Abelhas do RS (SIM-Abelhas) foi apresentado na reunião virtual da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Apicultura da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

A professora da PUCRS Betina Blochtein e o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Aroni Sattler falaram sobre a importância de pensar na conservação da biodiversidade como um todo no Rio Grande do Sul. A condução do evento, realizado na quinta-feira, dia 10 de setembro de 2020, foi do coordenador da Câmara, Aldo dos Santos.

Betina mostrou o projeto feito em conjunto com diversas entidades. A previsão é que seja executado em até cinco anos. De acordo com a bióloga, o monitoramento será feito em quatro polos do Rio Grande do Sul: Depressão Central (Eldorado do Sul, Estrela e São Gabriel), Noroeste (Ijuí e Cerro Largo), Nordeste (Vacaria, Cambará do Sul e São Francisco de Paula) e Sul (Pelotas).

A pesquisadora acrescentou que algumas colmeias serão monitoradas em tempo real. “E amostras de material serão coletadas várias vezes ao longo do ano, a fim de controlar resíduos de agrotóxicos e também a presença de parasitas ou doenças nas abelhas”.

O agrônomo Sattler abordou a apicultura migratória e ressaltou a importância de fazer o monitoramento das abelhas no Estado. Conforme o pesquisador, há quatro pontos estratégicos para o monitoramento: Vacaria, Colorado, Cambará do Sul e Eldorado do Sul. “Em Cambará do Sul, por exemplo, há uma área com reservas ambientais e um bioma especial. E em Colorado, nas culturas de inverno, o uso de defensivos agrícolas dentro dos pomares é ruim para a polinização”.

O promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre do Ministério Público Alexandre Saltz afirmou ser importante buscar soluções de gestão para o uso equilibrado de defensivos agrícolas, entre os quais o fipronil, que não é cadastrado no Rio Grande do Sul. “Sugiro a criação de um grupo de trabalho para debater o assunto”.

Segundo Saltz, o projeto SIM-Abelhas é uma alternativa para superar os problemas da má aplicação dos agrotóxicos. “O trabalho trará informações claras para que a fiscalização atue imediatamente. Se temos que conviver com o uso de herbicidas, então precisamos estabelecer regras mínimas e ter políticas públicas para nos auxiliar”.

Outro ponto discutido durante o encontro foi a avaliação da safra de mel 2020 e impactos da Covid-19 no consumo. O presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Anselmo Kuhn, comemorou a alta nos produtos como mel e própolis durante a pandemia de coronavírus. “Os preços dos produtos aumentaram devido à grande procura. Nossas expectativas para o setor são as melhores possíveis”, afirmou.

De acordo com a presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Mel (Abemel), Andresa Berretta, em 2020, o Brasil exportou 25.581 toneladas de mel, sendo 78% para os Estados Unidos. “No total, tivemos US$ 58 milhões gerados com a exportação do produto. Só para os Estados Unidos, foram US$ 38 milhões”, informou. Andresa disse que, depois do mercado americano, as maiores exportações são para a Alemanha e Austrália.

Ainda na reunião foi apresentado o Plano de Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Apicultura e da Meliponicultura do Estado de São Paulo pelo presidente da Câmara Setorial de Apicultura do estado, Carlos Pamplona Rehder. “É um plano que avalia a saúde das abelhas. Se há doenças e se as colmeias têm algum tipo de contaminação. A equipe também faz coleta da mortandade dos animais”. Segundo Rehder, hoje são 129 mil colmeias registradas no estado de São Paulo.

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