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Deflagrada a Operação X-Con, que visa a combater organização criminosa especializada no "golpe dos nudes"

20 pessoas foram presas pela Polícia Civil durante a deflagração da Operação X-Con
03/10/2021 Texto e foto: Polícia Civil

Nesta quinta-feira, dia 30 de setembro de 2021, 20 pessoas foram presas pela Polícia Civil durante a deflagração da Operação X-Con, que visa a combater organização criminosa que pratica os crimes de extorsão e estelionato, sendo especializada em aplicar o "golpe dos nudes", que atua em pelo menos 7 estados da Federação, sendo eles: Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Tocantins e Pernambuco. O grupo possui núcleo no município de Esteio, no RS, também operando nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Charqueadas, Montenegro, Novo Hamburgo, Alvorada e Viadutos.

A Operação contou com 250 policiais civis, que cumpriram, além das prisões, 44 mandados de busca e apreensão, 25 quebras de sigilo bancário, um sequestro de imóvel, 12 sequestros de veículo e 32 bloqueios de contas bancárias, com 200 contas bancárias, somando mais de 100 ordens judiciais.

O golpe

A prática criminosa consiste em um primeiro contato ou por uma rede social ou pelo aplicativo Whatsapp, onde uma pessoa jovem e bonita instiga uma vítima a trocar mensagens de cunho sexual e fotos íntimas. Na sequência, outra pessoa se apresenta como pai da jovem, dizendo que a filha é menor de idade e a conduta da vítima se amolda ao crime de pedofilia.

Para não denunciar, isto é, não levar o fato ao conhecimento de um Delegado de Polícia acarretando, consequentemente, na prisão da vítima, o suposto pai exige depósitos em dinheiro. Na maioria das vezes, após o recebimento de valores, o extorsionário continua exigindo dinheiro dizendo que haverá a necessidade de submeter sua filha a tratamento psicológico.

Em um dos casos analisados, chegou a ser exigido dinheiro para o enterro da suposta adolescente que, em razão dos graves danos psicológicos sofridos, atentou contra a própria vida, praticando suicídio.

É bastante comum também, nesses casos, a presença de uma quarta pessoa envolvida, que se apresenta como policial. E, muitas vezes com fotos e nomes reais retirados das redes sociais, dizendo que está sendo registrada uma ocorrência, e que será expedido mandado de prisão contra a vítima, a deixando desesperada e fazendo com que deposite mais dinheiro aos golpistas.

A verdade é que, a partir do diálogo com a vítima os criminosos percebem qual o seu temor, dessa forma, ora interpretam a figura de um pai revoltado, ora de um Delegado ou Agente que irá tomar as devidas providências e, caso não dê certo, acabam ameaçando a vítima a expor suas fotos intimas para a própria família e em redes sociais.

A Delegada Luciana Bertolletti, titular da Delegacia de Esteio, afirmou que a investigação durou 5 meses e desvendou uma organização com núcleo em Esteio e que atuava em todas as regiões do Brasil, fazendo em vítimas em 7 estados. "O maior objetivo da Operação, além de prender os criminosos, é devolver o valor para as vítimas”, destacou.

O Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (2ªDPRM), Delegado Regional Mario Souza, salientou que o uso de artifícios como a imagem de autoridades com objetivo de aplicar golpes em pessoas tem que ser apurado. “Os investigados possuíam um esquema elaborado para causar prejuízos às pessoas. Nenhum delegado, policial ou outra autoridade pede valores por mensagem de aplicativo ou qualquer outra forma. A população deve denunciar e procurar a polícia perante qualquer suspeita”, finalizou.

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