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Uergs em São Luiz Gonzaga promove evento virtual sobre criação de abelhas nativas sem ferrão, nos dias 6 e 7 de julho

Meliponicultura é o nome que se dá à atividade de criação de abelhas nativas sem ferrão
05/07/2021 Ascom Uergs | Por: Filipe Pimentel | Edição: Daiane de Carvalho Madruga -

A Uergs em São Luiz Gonzaga realizará, de 6 a 7 de julho, um evento online sobre a atividade de criação de abelhas nativas sem ferrão (meliponicultura). Os encontros serão transmitidos, às 17 horas, no canal do Youtube do Laboratório de Pesquisas com Insetos Benéficos (Lapib), grupo responsável por esta iniciativa e que está vinculado à Universidade.

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Segundo Rafael Meirelles, professor de Agronomia da Uergs em São Luiz Gonzaga e coordenador do evento, esta iniciativa tem como objetivo disseminar informações para orientar os criadores de abelhas com pouca experiência na área e para levar o assunto à comunidade em geral.

“A meliponicultura é uma atividade em pleno crescimento em todo o Brasil, no entanto, muitos novos adeptos iniciam suas criações com poucas informações, por isso, esse tipo de evento é tão importante”, explica o docente.

A tramitação de dois projetos de lei (PL), na Assembleia Legislativa, que impactam negativamente a meliponicultura e o meio ambiente foi uma das principais razões que motivou a realização do evento.

O PL 260/2020, que prevê a liberação, no Rio Grande do Sul, do uso de agrotóxicos proibidos nos seus países de origem, foi aprovado nesta terça-feira (29/06). Além dele, há o PL 94/2021 que propõe a introdução de abelhas exóticas no estado e aguarda aprovação.

De acordo com Rafael, a vasta literatura na área demonstra que a introdução de abelhas e outros animais exóticos no Brasil, em outros países ou mesmo no Rio Grande do Sul, geram impactos negativos ao ambiente.

“As abelhas exóticas podem competir por alimento e local de nidificação, além de trazerem novas doenças e o risco de hibridização, decorrente do cruzamento com espécies nativas do mesmo gênero”, explica o professor.

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No dia 6 de julho, estão programadas três palestras sobre os impactos jurídicos, territoriais e ambientais do uso de agrotóxicos para a meliponicultura. No segundo dia, além das quatro palestras planejadas sobre a inserção de abelhas exóticas no estado, ocorrerão debates com os especialistas. Ao final de cada encontro haverá um momento destinado às perguntas do público.

Entre os palestrantes, estarão Alonso Duarte, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr); Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente; Denis Nogarolli, analista da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema); Jenifer Dias, Bióloga da PUCRS; Leonardo Pillon, advogado, conselheiro do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Estado do RS (Consea-RS); Lilian Caesar, pesquisadora independente da faculdade norte-americana Indiana University; e Zé Nunes, Deputado Estadual.

“Quando percebi que haviam esses PLs que ameaçavam as abelhas gaúchas, montei um grupo de pesquisadores, extensionistas, biólogos de campo, fiscais e criadores que defendem a meliponicultura e conservação das nossas 24 espécies de abelhas nativas sem ferrão, e, através deste grupo, debatemos a ideia do evento e chegamos aos nomes dos convidados, que são referências nas suas áreas, possuem formação no assunto e propriedade para falar”, conta Rafael.

A meliponicultura é uma atividade antiga que existe desde antes da vinda dos portugueses ao Brasil. Com a introdução da abelha europeia e, depois, da africana, a atividade quase desapareceu no país. Recentemente, a prática tem ganhado mais espaço e novos adeptos.

“Um meliponicultor consciente e bem instruído, é mais do que um profissional, é um agente promotor da preservação das abelhas nativas; por isso, esse evento é tão importante e gostaríamos que todos os criadores e entusiastas das abelhas participassem”, convida o professor.

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O Lapib

O Laboratório de Pesquisas com Insetos Benéficos (Lapib) é um grupo que promove atividades de Pesquisa e Extensão. Ele foi criado no final de 2018 por Rafael Meirelles, docente do curso de Agronomia da Uergs em São Luiz Gonzaga.

Rafael tem vasta experiência com insetos, controle biológico e polinizadores. Quando o docente concluiu seu pós-doutorado, resolveu focar em um grupo específico de seres vivos: os insetos benéficos.

O professor chegou à Uergs em 2017 e, desde então, tem coordenado um grupo de estudantes envolvidos em trabalhos de Pesquisa e Extensão sobre o assunto, além de buscar parcerias com colegas de outras unidades da Universidade e com outras instituições.

Programação

06/07 (terça-feira) das 17 às 19 horas - Agrotóxicos e Abelhas:

Efeitos de agrotóxicos em abelhas (palestrante: Jenifer Dias - Bióloga da PUCRS).

Ocorrências de mortandade de abelhas do ponto de vista do fiscalizador (palestrante: Alonso Duarte - SEAPDR).

Meliponicultura e danos por agrotóxicos: impactos jurídicos e territórios atuais (palestrante: Leonardo Ferreira Pillon - advogado, conselheiro do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Estado do RS - Consea-RS).

07/07 (quarta-feira) das 17 às 19 horas - Riscos que acompanham abelhas sem ferrão introduzidas:

Animais invasores (palestrante: Denis Nogarolli Marques Patrocínio - Analista da Sema e Coordenador do Programa Estadual de Controle de Espécies Exóticas Invasoras).

Acasalamento, nidificação e uso de floradas em abelhas sem ferrão introduzidas (palestrante: Cristiano Menezes - Pesquisador da Embrapa Meio Ambiente).

Disseminação de doenças parasitas (palestrante: Lilian Caesar - Pesquisadora independente da Indiana University).

PL 94/2021 em tramitação na Assembleia Legislativa do RS (palestrante: Zé Nunes, Deputado Estadual).

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