Apenados da Penitenciária de Arroio dos Ratos atingem a produção de cem mil unidades de máscaras de proteção
Na oficina que conta com quinze vagas de trabalho já foram produzidas cem mil unidades de máscaras de proteção facial desde o mês de abril do ano passado, quando a pandemia começou a se propagar pelo país.
Na linha de produção, os apenados se dividem para a realização de molde, corte, costura, montagem e embalagem. As máscaras são confeccionadas conforme o padrão estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nesse período, 40 reclusos já passaram pelo o setor e receberam capacitação na área. A iniciativa está alinhada às diretrizes do tratamento penal, promovendo a capacitação com acompanhamento psicossocial, e, prevê, ainda, a separação de presos em espaço específico com a individualização da pena, conforme preconiza a Lei de Execução Penal (LEP), disse o diretor da Pear, José Giovani Rodrigues de Souza.
As máscaras de proteção são destinadas a servidores penitenciários, hospitais, profissionais de saúde e agentes de outras instituições de segurança da Região Carbonífera.
Ainda segundo o diretor," a motivação para o desenvolvimento deste projeto se deu a partir da alta demanda por esse equipamento de proteção tanto pelos servidores penitenciários quanto pelos profissionais da saúde".
O Conselho da Comunidade de Arroio dos Ratos forneceu a capacitação dos apenados, e voluntárias seguem fazendo o acompanhamento do trabalho. As máquinas de costura que foram doadas por meio da Capelania Prisional da Igreja Assembleia de Deus - Ministério da Restauração.
O projeto também contou com a participação do Judiciário, pois a Vara de Execuções Criminais da Comarca de Butiá destinou recursos para a aquisição de compra de TNT, elástico, linhas e embalagens. Além disso, os Departamentos Administrativos da Seapen e da Susepe disponibilizaram inicialmente o tecido filtrante e, posteriormente, recursos para toda a matéria prima.
Novos Horizontes
Destinado aos apenados, em caráter opcional, o Projeto Novos Horizontes visa proporcionar o acesso ao trabalho em diversos setores. Os participantes passam por entrevistas com setor técnico e de segurança, sendo inseridos em local diverso e separados por individualização de pena.
Em sistema progressivo adotado, o preso passa por um período de adaptação às regras internas com inserção posterior em atividade social que lhe possibilita trabalho (oficina de costura, setor de manutenção e cozinha).
Após receberem noções de cidadania e capacitação profissional, são inseridos em trabalho remunerado com empresas conveniadas. Atualmente, 110 presos fazem parte do programa.