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Thiago Silva: 'Me preparei desde o dia após derrota para Bélgica e dei resposta'

Em entrevista ao FIFA+, o capitão da Seleção fala sobre sua longevidade como jogador de elite num futebol acelerado e o acerto em fechar com o Chelsea
27/11/2022 Texto e foto: FIFA+

Assim como milhões de brasileiros, Thiago Silva estava inconformado com a derrota da Seleção para a Bélgica pelas quartas de final da Copa do Mundo FIFA de 2018, na Rússia. Por isso, logo no dia seguinte, ele diz que colocou na sua cabeça que precisava jogar mais um Mundial. Ele estava prestes a completar 35 anos, mas nada o demoveria dessa ideia. "Eu tracei esse objetivo", diz ao FIFA+.

Hoje, aos 38, o zagueiro não só atingiu essa meta -- com sua história documentada pela nossa série original Capitães --, como segue um dos melhores do planeta em sua posição, é titular incontestável de Tite e veste a braçadeira de capitão – sendo o jogador mais velho a entrar em campo pelo Brasil – a marca antes pertencia aos míticos Djalma Santos (37 anos e 138 dias em 1966) e Nilton Santos (37 anos e 32 dias em 1962). Esse recorde vai ser estendido quando ele for a campo nesta segunda-feira contra a Suíça, pela segunda rodada do Grupo G do Qatar 2022.
 
Thiago é um exemplo raro de longevidade em altíssimo nível. Mesmo que, no meio do caminho, tenha enfrentado mais episódios difíceis, como quando saiu do PSG em 2020 sem que o clube demonstrasse qualquer interesse pela renovação de seu contrato.

"A saída do Paris foi um momento complicado, por todo contexto vivido na ocasião. Embora eu tivesse tranquilidade em relação ao meu potencial, minhas qualidades, sei que foi um momento de dúvidas e opção pelo Chelsea foi uma decisão acertada, culminando na conquista da Champions, que foi uma resposta para essas dúvidas", diz.

Na entrevista abaixo, ele dá sua visão sobre a evolução do futebol na última década e como ele se manteve preparado para não ser deixado pelo caminho.

FIFA+: A longevidade de sua carreira é algo incomum. Uma coisa é jogar até os 38 anos, outra é chegar a essa idade disputando as melhores competições do mundo e ser titular da Seleção. Isso foi de alguma forma um projeto ou foi algo que foi acontecendo com o trabalho do dia a dia?

Thiago Silva: Eu sempre me cuidei muito for a de campo com esse objetivo de jogar em alto nível o máximo de tempo possível, abri mão de muita coisa e investi muito para isso. Desde o primeiro dia após a partida contra a Bélgica na Copa da Rússia, eu tracei como objetivo estar em mais uma Copa do Mundo e agora atingi essa realização.

Quando você entendeu que sua carreira poderia chegar aqui, chegando à quarta Copa do Mundo como atleta de altíssimo rendimento?

Sempre trabalhei muito para isso e sempre acreditei em mim. A saída do Paris foi um momento complicado, por todo contexto vivido na ocasião. Embora eu tivesse tranquilidade em relação ao meu potencial, minhas qualidades, sei que foi um momento de dúvidas e opção pelo Chelsea foi uma decisão acertada, culminando na conquista da Champions, que foi uma resposta para essas dúvidas.

Ao vermos a Seleção em campo, é interessante como as coisas podem mudar em quatro anos. Vários jogadores despontaram em diversos setores. Nessa construção do time da Rússia para o Qatar, o que te chama mais a atenção?

O futebol brasileiro tem essa característica de revelar muitos talentos, a cada ano surgem novos jogadores brilhando em seus clubes e isso acaba se refletindo na seleção, todas as posições têm três ou quatro jogadores de nível muito elevado. Não foi fácil para o professor Tite fechar essa lista. Em relação a 2018, creio que a gente chega com mais maturidade, um grupo muito forte e muito focado pra buscar o objetivo.

Muitas das qualidades exigidas para um zagueiro hoje, com a bola nos pés, você já mostrava antes mesmo de fazer a transição para a Europa. Em termos de evolução, aprimoramento, o que você procurou trabalhar mais, ou absorveu desde a chegada à Europa? Tática ou técnica?

A experiência vai agregando muito ao jogo, você aprende a ler melhor as jogadas, antecipar algumas situações. Creio que uma diferença muito grande é a questão física, da velocidade do jogo. O futebol é, hoje, muito rápido, talvez isso seja o que mais mudou nesses últimos anos.

Existe algum zagueiro ou algum técnico que tenha exercido uma influência marcante na sua carreira? Ou é tudo uma questão de aprendizado contínuo, de acúmulo de informação, experiência?

A experiência te traz sabedoria e conhecimento, mas sem dúvida aprender com grandes referências só me ajudaram a crescer e evoluir. Minha admiração pelo Juan é algo público, mas tive a oportunidade de jogar e assistir também a outros jogadores e companheiros, como Nesta e Maldini. Da mesma forma em relação a treinadores e minha admiração pública por alguns, entre eles, Ancellotti, Tite e Tuchel.

E para o futuro você pensa em ser técnico, né? Em repassar esse conhecimento?

Pode ser o caminho que seguirei após o encerramento de minha carreira como jogador. Tenho tentado estudar e me aperfeiçoar e esse poderá ser o próximo capítulo da minha história.

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