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Com mais idosos entre pacientes, estudo aponta alta na oferta de empregos na área de saúde

Trabalho mostra pequena queda na oferta de leitos de internação, mas identifica crescimento de outras formas de atendimento
12/11/2019 Texto: Vagner Benites/Ascom Seplag - Edição: Patrícia Specht/Secom - Foto: StockSnap from Pixabay / Divulgação

Estado com o maior percentual de população idosa no país, o Rio Grande do Sul registrou crescimento de 35% no número de empregos em atividades de saúde no período entre 2010 e 2018, o que representa 42 mil novas vagas na área ao longo do período.

Os dados foram divulgados na segunda-feira, dia 11 de novembro de 2019, no estudo Serviços de Atenção à Saúde e Envelhecimento da População: leitos de internação e emprego em saúde, integrante da série Pesquisa em Pauta, canal de divulgação sobre trabalhos desenvolvidos pela equipe do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculada à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).

Os empregos relacionados ao atendimento hospitalar representam quase 70% do total das vagas formais de trabalho, que em 2018 eram 162.185. Juntamente com as atividades de atenção ambulatorial e os serviços de complementação diagnóstica e terapêutica, somam 90,6% do total dos empregos do setor de saúde no Estado.

População idosa

Entre os segmentos de emprego na área da saúde com crescimento percentual mais expressivo, as atividades relacionadas às necessidades da população idosa foram as que apresentaram crescimento mais expressivo, com altas muito superiores à média brasileira.

Os empregos na área de fornecimento de infraestrutura e assistência a pacientes no domicílio registrou um aumento de 1.305,7% no Rio Grande do Sul, três vezes maior do que o registrado no Brasil (424%).

s classes de atendimento móvel a urgências (417,9%) e a que inclui assistência a idosos em residências coletivas e particulares (139%), também apontaram para altas acima da média nacional (253,7% e 85,2%, respectivamente).

O Rio Grande do Sul é o Estado do Brasil com o maior percentual de idosos em relação à população total. Enquanto os números do país apontam para um crescimento de 10,0% para 12,9% entre 2010 e 2018, no Estado essa participação passou de 13,2% para 17,4%.

De acordo com a pesquisadora do DEE, Áurea Breitbach, os empregos na área da saúde registraram um crescimento anual acelerado entre 2010 e 2014, diminuindo o ritmo de alta após 2015, o que coincide com a crise econômica e o período de retomada gradual da atividade.

“A ampliação do emprego nessas atividades mais diretamente relacionadas à população idosa está também ligada à tendência de envelhecimento da população. Assim como visto para o Brasil, o Estado gaúcho apresenta um número cada vez maior de pessoas que atingem idades mais avançadas”, destaca Áurea.

Leitos em hospitais

Outro segmento de análise do estudo diz respeito à quantidade disponível de leitos de internação hospitalar. Enquanto no Brasil o número registrou redução de 6,6% entre 2010 e 2018 (463.156 contra 432.749), no Rio Grande do Sul a quantidade permaneceu praticamente estável, com queda de 0,6% (30.414 leitos em 2010 contra 30.239 em 2018).

Enquanto a oferta no Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou redução de 1,5% no intervalo de 9 anos, o número de leitos não relacionados ao SUS cresceu 1,4%. De acordo com o estudo do DEE, a redução na oferta de leitos pode ser explicada pela evolução de outras formas de prestação de serviços em saúde que diminuem a necessidade de utilização da vaga em hospital, entre elas o atendimento ambulatorial. Entre 2010 e 2018, o número de procedimentos ambulatoriais autorizados pelo SUS cresceu 12,3% no RS, chegando a 174 milhões de intervenções.

Quanto às internações hospitalares, a modalidade Hospital-Dia, onde o paciente permanece na unidade de tratamento por até 12 horas, registrou forte alta, com destaque para os oriundos de cirurgias.

“Desde a década de 1990 nós temos observado, no Brasil, uma tendência de alteração no perfil da hospitalização, que era centrada em doenças infecciosas, tendo passado a predominar doenças crônicas de caráter progressivo. De forma geral, registrou-se uma certa estabilização na oferta de leitos de internação no RS, compensada, em certa medida, pelo crescimento de outras formas de atendimento ao paciente e por diversas ações de caráter preventivo”, explica Álvaro Louzada Garcia, também responsável pelo estudo do DEE.

Pesquisa em pauta

O documento, produzido com foco no RS a partir dos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e também do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dá sequência às divulgações de estudos realizados pelo DEE, que nas últimas semanas incluíram o Boletim de Trabalho, o Boletim de Conjuntura e os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.

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