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As Trapeiras divulga aplicativo de combate à violência contra mulheres em projeto virtual de teatro

Na pandemia, as Trapeiras usam o teatro digital para conscientizar mulheres sobre meios eficazes de denúncia
20/05/2021 Assessoria de Imprensa | Luciana Gandelini – Foto: Divulgação

A pandemia da COVID-19 fez com que os índices de violência contra a mulher crescessem de forma alarmante. Com isso, muitas iniciativas foram adaptadas para o universo digital na tentativa de criar espaços de diálogo e acolhimento para as vítimas.

A criação de espaços seguros que favoreçam o diálogo é o primeiro passo para que muitas mulheres reconheçam que estão inseridas em um ciclo de violência. As redes de apoio criadas nesses ambientes são capazes de dar condições para o rompimento de relações abusivas.

Pensando nisso, o Coletivo As Trapeiras criou o “Fortalecendo Mulheres”, projeto contemplado na 17ª edição do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais do Município de São Paulo (VAI) 2020 - Modalidade 2, que desde março de 2021 se conecta com mulheres trans e cis, criando um espaço de fuga do cotidiano para dialogar, criar estratégias e fortalecer a rede de apoio.

O grupo fomenta o empoderamento feminino através da arte, realizando apresentações do espetáculo de teatro fórum “Tramarias: Libertando-se das Tramas” e oficinas - envolvendo construção de xequerês, danças circulares, práticas teatrais - auxiliando no fortalecimento das mulheres.

“Empoderar não é algo que acontece de fora para dentro, mas sim um processo interno. Por isso, a cada encontro, a cada processo de frustração, de oportunidade, de desafio, nós nos fortalecemos”, dizem As Trapeiras.

E é durante as ações deste projeto que As Trapeiras aproveitam para transmitir informações relevantes e caminhos para ampliar a rede de proteção dessas mulheres. O app PenhaS, do instituto AzMina, é um dos serviços indicados pelo grupo.

Lançado em março de 2019, o aplicativo PenhaS tem abrangência nacional, oferecendo apoio para mulheres em relacionamentos abusivos. Ao baixar o aplicativo, todas as mulheres (em situação de violência ou não) devem realizar um cadastro para ter acesso a: informação, diálogo sigiloso, apoio, rede de acolhimento e botão de pânico, onde pessoas de confiança podem ser acionadas em caso de urgência.

As usuárias podem ampliar seu conhecimento sobre os direitos da mulher, notícias sobre violência doméstica, e até ter acesso a um mapa das Delegacias e Serviços de Atendimento à Mulher de todo o Brasil, traçando a rota até o local mais próximo. Além disso, o app pode ativar uma gravação de áudio que capta o som ambiente, criando a oportunidade de produzir provas para a justiça.

Qualquer mulher pode fazer parte dessa rede de diálogo, oferecendo acolhimento para as vítimas de violência. As usuárias do aplicativo podem interagir no feed e aquelas em situação de violência permanecem anônimas e escolhem com quem conversar.

A parceria entre o Coletivo As Trapeiras e o instituto AzMina começou em 2017, quando o grupo viabilizou uma apresentação do espetáculo “Tramarias” (1ª versão) no Ministério Público de São Paulo, atingindo a funcionárias/os de diferentes níveis hierárquicos dentro do serviço.

Em 2019, o grupo participou do lançamento do Aplicativo PenhaS no SESC Pompeia, apresentando a segunda versão do espetáculo “Tramarias: Libertando-se das tramas” e promovendo  um Bate-papo sobre o aplicativo PenhaS.

No mês de março de 2021, o PenhaS foi relançado, e As Trapeiras incluíram em seu projeto a difusão das informações referentes ao aplicativo, especialmente nas periferias - onde os casos de violência doméstica têm crescido vertiginosamente.

Nos dias 03, 10, 17 e 24 de maio de 2021, às 14h00, serão realizadas ações com mulheres em parceria com a Casa Anastácia e Casa Viviane, Centros de Defesa e Convivência da Mulher localizados na Zona Leste de São Paulo.

“Nestes tempos pandêmicos, temos o dever de continuarmos nos fortalecendo, e dessa forma, prosseguimos em parceria com AZMina, apoiando-nos em ações diretas para o combate da violência que sofrem as mulheres”, finalizam As Trapeiras.

As Trapeiras unem-se para provocar a reflexão e conscientização sobre as problemáticas relacionadas à mulher no atual sistema patriarcal. Buscando criar parcerias e redes de fortalecimento nos Serviços Especializados de Atendimento à Mulher por onde circulou - no estado de São Paulo e Paraná – o grupo já acolheu mais de 6.000 (seis mil) mulheres em situação de violência, abordando casos individuais e coletivos vivenciados nas oficinas já ministradas.

O coletivo As Trapeiras foi fundado por Sabrina Motta, Jessica Duran e Ivy Mari Mikami. Já contou com as artistas Carol Doro, Patrícia Silva, Marina Affarez, Cecília Botoli, e atualmente é integrado pelas artistas plurais Amabile Inaê, Ivy Mari Mikami e Verónica Gálvez Collado.

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