Notícias


Laboratório MIDIARS lança relatório sobre desinformação e Covid-19 na mídia social brasileira

O documento sistematiza o ano de 2020 de pesquisas sobre o assunto
20/05/2021 Comunicação Social | Universidade Federal de Pelotas

Está disponível o novo relatório de pesquisa sobre desinformação e Covid-19 na mídia social brasileira, elaborado pelo Laboratório MIDIARS, ligado à Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

O documento sistematiza um ano (2020) de pesquisas sobre o assunto, que buscou investigar os elementos de desinformação sobre a pandemia na mídia social brasileira, bem como sugerir possíveis formas de combate ao fenômeno com base no trabalho.

Dentre os principais resultados, a pesquisa aponta que foram fundamentais para o espalhamento da desinformação oito pontos. São eles o enquadramento político-partidário da pandemia e do vírus, potencializado pela polarização política; a dificuldade do conteúdo verificado em circular dentro das bolhas polarizadas e extremizadas politicamente; o alto engajamento dos usuários que compartilham desinformação; o enquadramento do jornalismo declaratório como suporte do conteúdo desinformativo; o papel de autoridades políticas e de saúde que legitimam o conteúdo problemático através de sua posição social ou cargo público; a ação de veículos apócrifos hiperpartidários na produção e espalhamento desses conteúdos problemáticos; a desconfiança em relação a vacinas em função do enquadramento político do tema; e a associação do discurso desinformativo ao discurso da violência através da promoção da xenofobia contra a China e asiáticos em geral.

De acordo com o grupo de pesquisa, as recomendações para combate à desinformação caminham por uma ação urgente dos agentes institucionais e estatais na criação de campanhas contra esses conteúdos problemáticos que circulem não apenas na mídia social, mas também na tradicional (já que é muito difícil “furar as bolhas”); ações de letramento digital e fomento ao debate público com autoridades científicas sobre os temas-chave; cobrança de ações de combate à desinformação nas plataformas; responsabilização de agentes públicos na propagação e legitimação dos conteúdos falsos; e ações dos veículos jornalísticos para evitar manchetes de baixa qualidade, de modo a impedir que sejam usados para dar credibilidade à desinformação.

MAIS NOTÍCIAS