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Percentual de famílias endividadas mantém estabilidade e indicadores de inadimplência voltam a cair

Mesmo com baixa atividade e pressão inflacionária, os indivíduos seguem se empenhando em busca do equilíbrio orçamentário, tendo os indicadores de inadimplência se retraído mais uma vez
11/05/2021 Usine de Notícias – Foto: Divulgação

Conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos consumidores gaúchos (PEIC-RS), divulgada pela Fecomércio-RS na segunda-feira, dia 10 de maio, o percentual de famílias endividadas no mês de abril no Rio Grande do Sul registrou 73,2%.

Embora elevado, esse valor ficou muito semelhante ao do mês anterior (73,8%), mas, na comparação com abril do ano passado (59,1%), o indicador segue sensivelmente acima daquele patamar.

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o aumento do endividamento nesse horizonte de análise mais longo pode ser justificado pela renda mais baixa da população associada a um contexto inflacionário especialmente nocivo para as pessoas de mais baixa renda.  

Já os indicadores ligados à inadimplência presente e à persistência da inadimplência tiveram novos recuos marginais, em abril. O percentual de famílias com contas em atraso atingiu os 20,9%, menor valor desde maio de 2019 (19,0%). Já o percentual de famílias com contas em atraso, e que não terão condições de quitar suas dívidas no próximo mês, caiu para 6,7% (menor valor desde abril de 2019, 6,7%).

A baixa inadimplência pode ser explicada pela pelo perfil de endividamento das famílias. O percentual de famílias que se dizem muito endividadas é de 11,1% (comparado ao total da população entrevistada). Em abril 2020, esse número era de 19,6%.  

O mercado de trabalho fraco, a incerteza quanto ao futuro e a cautela na hora de consumir acabaram restringindo o consumo. Como dívidas menores são mais administráveis, a inadimplência também fica menor.

"Felizmente, um grande receio que tínhamos, que era o aumento da inadimplência não vem se consolidando apesar da gravidade da crise. Entretanto, estamos vivendo agora uma nova realidade, em que os juros estão subindo, não sendo mais tão favoráveis quanto no período recente. Isso certamente terá seu efeito sobre as famílias que têm dívidas, por isso precisamos nos manter atentos de como a inadimplência vai evoluir nos próximos meses ", concluiu Bohn.

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