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Coleção farroupilha de quase mil peças, com armamentos usados na Guerra dos Farrapos, chega ao museu, em Piratini

Transporte do acervo será acompanhado pela Brigada Militar
18/04/2021 Ascom Sedac / Edição: Secom - Foto: Rafael Varela/Ascom Sedac
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Uma viagem de cerca de quatro horas é o que separa a coleção TcheVoni Farrapo de sua nova casa, o Museu Histórico Farroupilha (MHF), instituição da Secretaria da Cultura (Sedac).

O conjunto de quase mil peças, que resgata fragmentos históricos da Revolução Farroupilha (1835-1845), viajará nesta segunda-feira, dia 19 de abril, até o município de Piratini, onde fica o museu. O veículo que transportará o acervo sairá às 9h do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Caff), em Porto Alegre, onde está localizada a Sedac, para percorrer os quase 350 quilômetros de estrada.

Reunido por Volnir Júnior dos Santos, conhecido nas redes sociais como TcheVoni, gaúcho residente em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o acervo é fruto de mais de 20 anos de colecionismo e do amor de seu criador pela história do Rio Grande do Sul.

O resultado é uma rica coleção de livros e objetos históricos como espadas, balas de canhão, documentos, moedas e itens comemorativos do período Farroupilha. Em 2019, Volnir procurou o MHF para manifestar o desejo de doar as peças à instituição. Em outubro daquele ano, a secretária da Cultura, Beatriz Araujo, e a diretora do museu, Francieli Domingues, viajaram a Natal para tornar esse desejo uma realidade.

A coleção está acondicionada em 30 caixas, que serão transportadas com acompanhamento de uma escolta da Brigada Militar.

Longo caminho percorrido

O acervo está em posse da Sedac desde dezembro de 2019, quando foi transportado de Natal para o Rio Grande do Sul. A operação contou com a intermediação do atual secretário de Turismo, Ronaldo Santini, à época exercendo mandato de deputado federal. Foi ele que viabilizou o transporte aéreo e terrestre com a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Exército Brasileiro, respectivamente.

Na capital gaúcha, as peças foram recebidas por técnicos do Departamento de Memória e Patrimônio da Sedac, que trabalharam na catalogação. “Abrimos todas as caixas, verificamos o conteúdo, numeramos e criamos fichas de cadastro com fotos para cada uma das peças. Depois, fizemos o devido acondicionamento para o novo transporte”, explica o assessor especial de Memória e Patrimônio da Secretaria da Cultura, Eduardo Hahn.

A secretária da Cultura classifica como fantástica a experiência de lidar com um acervo tão rico. “Foi ótimo ter acesso a todas essas peças que foram parte da nossa história. Temos certeza que o acervo está no lugar certo, e o Museu Farroupilha vai poder contar, com detalhes e profundidade, a história da Revolução Farroupilha”, analisa Beatriz Araujo.

Melhorias no museu

Enquanto o processo de catalogação acontecia, o Museu Histórico Farroupilha cuidava da qualificação de sua estrutura para receber a coleção. As melhorias contemplaram o mobiliário, a parte elétrica, o sistema de iluminação e a reserva técnica do museu, que agora conta com mais duas salas para acondicionar o acervo. As medidas foram executadas com recursos de emenda parlamentar do deputado estadual Luiz Henrique Viana, atual secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, e do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, do Ministério Público Estadual (MPE).

“A chegada da coleção permitirá que a direção e a equipe técnica aprofundem a pesquisa histórica das peças, bem como a construção da nova exposição, que está prevista para inaugurar em setembro”, anuncia a diretora do Museu Histórico Farroupilha, Francieli Domingues.

Ela também comenta sobre a importância de contar com a coleção no museu: “A grandeza histórica e cultural deste acervo e o gesto de TcheVoni compõem um novo capítulo da história gaúcha. É parte da República Rio-grandense voltando para a capital Piratini. O nosso sentimento de emoção e gratidão é incontestável”.


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