Notícias


Endividamento cresce mais uma vez, mas inadimplência cai

Pesquisa da Fecomércio-RS mostra que indicadores de inadimplência se mantém bem comportados, mesmo num cenário de baixa atividade econômica e pressão inflacionária
15/04/2021 Usine de Notícias – Foto: Divulgação

O percentual de famílias endividadas no Rio Grande do Sul registrou, em março, 73,8%, sendo o maior desde outubro de 2017 (75,3%). Na comparação com março de 2020, o aumento foi sensível (61,0%).

Entretanto, esse indicador tem tido uma alteração significativa na sua composição: o percentual de famílias que se diz muito endividada tem caído consistentemente, enquanto cresce o número de respondentes que se dizem pouco endividados.

O grande percentual de pessoas que se dizem pouco endividadas ajuda a explicar a dinâmica da inadimplência. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos consumidores gaúchos (PEIC-RS), divulgada pela Fecomércio-RS nesta segunda-feira, dia 12.  

Os indicadores que referem tanto a inadimplência presente quanto os de persistência da inadimplência tiveram, em março, novos recuos marginais. O percentual de famílias com contas em atraso atingiu os 22,7%, menor valor desde junho de 2019 (22,1%). Já o percentual de famílias com contas em atraso, e que não terão condições de quitar suas dívidas no próximo mês, caiu para 7,7% (menor valor desde maio de 2019, 7,6%).  

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o futuro reserva muita incerteza. O agravamento da pandemia levou a retrocessos no processo de flexibilização da atividade econômica, além da pressão inflacionária e o aumento das taxas de juros já em curso.

Se soma a isso o fato de novas rodadas das medidas de recomposição da renda estejam restritas até o momento ao auxílio emergencial, restrito a um público menor, com menos recursos e por tempo mais curto.

"Uma das piores coisas que poderia acontecer em um cenário como o que vivemos é o aumento da inadimplência. Isso tornaria a situação ainda mais crítica para economia como um todo", concluiu Bohn.

MAIS NOTÍCIAS