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Irrigação aumenta a produtividade da lavoura e a segurança do produtor

Senar-RS oferece programa que orienta produtores rurais sobre modalidades deste sistema
01/02/2021 Padrinho Agência de Conteúdo / Tatiana Py Dutra – Foto: Divulgação

Num cenário climático como o gaúcho, frequentemente castigado por estiagens, o manejo adequado da água é essencial para o sucesso da lavoura. Por isso, o Senar-RS recomenda que os produtores rurais conheçam os tipos de irrigação existentes e pensem em adotar um projeto que assegure sua produtividade. E para colaborar, oferece o Programa Agricultura Irrigada.

“É um programa relativamente novo, que tem por objetivo mostrar ao produtor rural ferramentas importantes para lidar com situações adversas de clima. É preciso que saiba manejar bem a água, que é um bem escasso, para ter melhor desempenho”, diz o engenheiro agrônomo, Henrique Padilha, técnico em formação profissional do Senar-RS.

Arroz x Soja

Um caso recente ilustra bem o que o especialista descreveu. O desempenho de produtividade do arroz e da soja em solo gaúcho na atípica safra 2019/20. A primavera bastante chuvosa foi seguida por um verão muito seco, talvez uma das maiores secas do Estado em 15 anos. A situação foi vantajosa para os orizicultores, que tiveram uma grande produção. Em contrapartida, os produtores de soja tiveram uma das piores safras da história devido à baixa precipitação entre fevereiro e abril de 2020.

“Aqueles produtores que não fizeram uso de irrigação tiveram problemas de produção na soja. Já o arroz foi o contrário. Primeiro por tradicionalmente já utilizarem sistema de irrigação por superfície e terem, no início da semeadura, um certo volume de chuva. Depois por terem a seca, o que por consequência aumentou os níveis de radiação solar, favorecendo a fotossíntese da planta e a boa formação de grãos, e portanto aumentando a produtividade”, explica Padilha.

O curso

Dividido em seis módulos, o curso soma 120 horas-aula. Em cada etapa, os alunos aprendem um aspecto dessa técnica e seus diferentes sistemas. Isso porque para que se tenha uma irrigação eficiente, é preciso reunir informações sobre clima, solo, cultura e manejo.

O módulo 1, é dedicado à gestão e manejo da irrigação. A ideia é que o produtor entenda como aumentar a produtividade e melhorar a qualidade do produto, promovendo o uso eficiente e consciente da água e do solo.

“No módulo 2, falamos da irrigação localizada, conhecida também por gotejamento, usada principalmente na produção de hortaliças e na fruticultura. No módulo 3, falamos de irrigação por aspersão. Nesse sistema, a água é dispersa no ar e irriga a parte superficial das plantas”, explica o engenheiro agrônomo.

Sucesso do arroz

No módulo 4, o programa aborda sobre a irrigação de superfície, bastante conhecida pelos gaúchos porque é o sistema predominante utilizado no cultivo de arroz no Rio Grande do Sul. Já o 5º módulo ensina como funcionam a fertirrigação (adubação em conjunto com a irrigação) e o reuso da água; enquanto o 6º módulo esclarece sobre gestão da energia elétrica e água, essencial na redução de custos.

Os produtores rurais interessados em participar devem entrar em contato com o Sindicato Rural de seu município ou de sua região, e solicitar a participação no programa. De acordo com a demanda, a partir da mobilização realizada pelo parceiro, um técnico habilitado pelo SENAR/RS é designado para ministrar as aulas, que ocorrerão dentro dos protocolos sanitários.

O ideal, segundo Padilha, é que os inscritos façam todos os módulos oferecidos, mas é possível fazê-los de forma independente, sendo que o módulo 1 é pré-requisito para os demais. Para isso, o interessado precisa ter 18 anos ou mais, ter Ensino Fundamental completo, e ser produtor ou trabalhador rural.

Custo-benefício

“Praticamente todos os anos temos problemas de estiagem. É comum acontecer. Mesmo que a irrigação tenha custo inicial relativamente alto, é importante que o produtor olhe com atenção para a implantação de um sistema de irrigação, para que assim se tenha uma maior garantia de sua safra”, afirma o agrônomo.

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