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Comitê Interinstitucional lança portal “Ações nas Escolas" para combate à violência contra a mulher

O ativista social Rafa Rafuagi, o secretário Hauschild e a juíza Fabiana Pagel na live que marcou o lançamento do portal
11/12/2020 Ascom SJCDH / Edição: Secom - Foto: Reprodução

O Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher lançou uma ação que busca conscientizar as comunidades escolares e capacitar professores para a abordagem no combate contra esse tipo de violência. É o portal "Ações nas Escolas", que receberá o cadastramento de projetos para abordagem dessa temática na rede de ensino gaúcha.

A apresentação do portal foi realizada em live, na quarta-feira, dia 9 de dezembro de 2020,  conduzida por Rafa Rafuagi, ativista social, músico e integrante do Comitê Gaúcho Impulsor do HeForShe, com participação do secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Mauro Hauschild, e da juíza do Juizado da Violência Doméstica e Familiar de Canoas, Fabiana Pagel.

De acordo com os participantes, como espaço de transformação social, a escola tem um papel importantíssimo na disseminação de uma educação não violenta e no combate ao machismo, potencializando o espaço de igualdade e equidade entre homens e mulheres.

A proposta do espaço on-line – hospedado no site da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) – é o cadastro de iniciativas que trabalhem a temática da violência doméstica e de gênero, fazendo a união desses projetos com escolas estaduais de Porto Alegre e Região Metropolitana.

Hauschild ressaltou a importância do projeto e da participação do Comitê no desenvolvimento e articulação de pautas com a temática da violência contra mulher. “É daqui que irradiam essas ações para todas as esferas. Nós temos boas ideias, agora buscamos alcançar resultados ainda melhores para essas políticas públicas”, afirmou o secretário.

A juíza Fabiana Pagel explicou que o projeto conta com três principais frentes: a conscientização e o treinamento de professores e profissionais da educação para a identificação e encaminhamento de casos de violência; a possibilidade de uma linha de contato direta entre as escolas e as redes de enfrentamento à violência; e um convite para que a sociedade se sinta bem-vinda a participar dessas ações nas escolas.

“Eu diria que os homens não podem participar de diálogos relacionados à violência contra a mulher, mas sim que eles devem”, enfatizou a juíza. De acordo com Fabiana, esse padrão de gênero também gera problemas para os homens, que acabam aprendendo a usar a violência sempre como primeira opção para lidar com qualquer problema.

“Esses temas precisam ser conversados com homens, seja afastando ou mitigando esses padrões. A utilização de grupos reflexivos é uma ótima forma de combate a essa violência, fazendo com que homens conversem entre si e reflitam sobre as suas atitudes com base nesse padrão de gênero”, acrescentou.

Encerrando o debate, Hauschild falou sobre o papel dos homens nesta luta. “Esse tema deveria ser sempre debatido entre homens, porque é com o agressor que nós temos de conversar. Enquanto isso, a vítima deveria estar esperando de nós, homens, uma atitude para modificar essa situação toda, quando, na verdade, são elas que estão lá na linha de frente combatendo a violência que elas mesmas sofrem”, destacou o secretário. O desafio, segundo Rafuagi, é fazer com que os homens se coloquem nesta posição de reflexão e entendam como podem melhorar, por que melhorar e por onde começar.

A gravação do encontro está disponível na página do Facebook da SJCDH. Para acessar mais informações sobre o projeto e o cadastramento de ações, clique aqui.

O Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, criado por meio do Decreto 55.430/2020, tem como objetivo central fortalecer a rede de apoio às vítimas e promover entre os gaúchos uma mudança de cultura, que valorize a proteção da mulher na sociedade em todas as suas formas, tendo como premissa a atuação integrada. Coordenado pelo Programa Estruturante e Transversal RS Seguro, reúne o trabalho dos Três Poderes, de 15 instituições das esferas municipal e estadual, além de sete secretarias de Estado.

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