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Índice de confiança do agronegócio registra alta de 11,3 pontos e atinge 111,7 pontos

Resultado do segundo trimestre reflete visível melhora nas expectativas do agronegócio brasileiro
14/08/2020 Critério / Resultado em Opinião Pública – Foto: Divulgação

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro), divulgado na quinta-feira, dia 13 de agosto de 2020, pela Fiesp e pela CropLife Brasil, fechou o 2º trimestre de 2020 em 111,7 pontos, com alta de 11,3 pontos em relação ao primeiro trimestre.

O resultado mostra que o ânimo perdido no início do ano com o choque causado pela pandemia de Covid-19 está em processo de recuperação. Segundo a metodologia do Índice, resultados acima de 100 pontos demonstram otimismo no setor e, abaixo deste patamar, pessimismo. 

“Já há sinais de retomada das atividades e de relativa estabilidade no mercado financeiro. Além disso, os efeitos positivos da desvalorização cambial sobre os preços agrícolas e a perspectiva de que em breve haverá uma ou mais vacinas eficazes para o novo coronavírus melhoraram substancialmente as expectativas para o curto e médio prazos, especialmente por parte das indústrias”, avalia Roberto Betancourt, diretor titular do Departamento do Agronegócio da Fiesp. 

O Índice de Confiança do Agronegócio de "Antes da Porteira", que reúne a indústria de fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e defensivos, entre outros, foi a que registrou a principal mudança de cenário. Saiu de uma perspectiva pessimista, com 86,2 pontos registrados no primeiro trimestre de 2020, para 101,6 no segundo trimestre – alta de 15,3 pontos.

Otimismo no setor

“Ainda há uma certa desconfiança em relação às condições atuais tanto na indústria de insumos agropecuários quanto nas empresas situadas 'depois da porteira', mas é fato que as perspectivas para os próximos meses melhoraram expressivamente, justificando a confiança em alta”, afirma Christian Lohbauer, presidente executivo da CropLife Brasil. 

Alguns aspectos ajudaram nesse resultado. As vendas de tratores e colheitadeiras, por exemplo, chegaram a superar os números de maio do ano passado, mostrando uma recuperação da forte queda de abril, quando a Covid-19 se espalhou pelo país. A comercialização de insumos para os produtores fechou o primeiro semestre do ano adiantada – a antecipação só não foi maior porque a instabilidade do câmbio prejudicou a formação das tabelas de preços.

Em relação aos defensivos agrícolas, de acordo com Christian Lohbauer, até mesmo uma parte dos produtores conseguiu antecipar as compras para a próxima safra. Além disso, os biodefensivos vêm apresentando uma ótima performance ao longo do primeiro semestre. “O setor acabou sentindo menos o impacto da pandemia”, diz Lohbauer. “Tivemos a ampliação de áreas cultivadas para alguns grãos e as exportações de soja estão em ritmo forte.”

Câmbio favorável

O IC Agro mostra ainda que o índice dos produtores agrícolas fechou em 116,8 pontos, alta de 0,7 ponto, o que representa um aumento da confiança em relação aos principais aspectos relacionados às condições do negócio. “O item preço se encontra num dos patamares mais otimistas da séria histórica impulsionado pela taxa de câmbio para produtos como soja, milho e café”, observa Roberto Betancourt.

A colheita de cana e café vêm surpreendendo positivamente à medida que os trabalhos de campo avançam. O clima favorável na 2ª quinzena de maio, beneficiando as lavouras mais tardias de milho 2ª safra no Mato Grosso e em Goiás, está ajudando a recuperar parte das áreas do Paraná, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul prejudicadas pela seca de março e abril.

A avaliação sobre o crédito melhorou, afastando o temor inicial de que a Covid-19 pudesse reduzir a disponibilidade de recursos. O Plano Safra, divulgado em junho, também foi bem recebido pelos produtores. Além disso, as excelentes relações de troca entre os produtos agrícolas e o pacote de insumos foram suficientes para diminuir o pessimismo em relação aos custos de produção.

Sobre o IC Agro

O Índice de Confiança do Agronegócio (IC Agro) apresenta informações sobre a percepção econômica do Brasil e do agronegócio por produtores agropecuários, cooperativas e indústrias ligadas ao segmento. É feito a partir de pesquisas com os três elos do setor – antes da porteira, dentro e depois da porteira – e apurado trimestralmente pela Fiesp e CropLife Brasil. Saiba mais em http://icagro.fiesp.com.br

Sobre a CropLife Brasil

Fundada em outubro de 2019, é uma entidade que reúne empresas e instituições que atuam no desenvolvimento de sementes, mudas e proteção de cultivos. Saiba mais em www.croplifebrasil.org

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