O projeto de remo da Prefeitura – Remar para o Futuro – acaba de aumentar a sua flotilha com a chegada de 15 barcos e cinco pares de remos alemães doados pelo Clube de Regatas do Flamengo.

A vinda dos equipamentos está prevista pelo convênio firmado entre o clube carioca e o Centro Português 1º de Dezembro, também realizador da iniciativa, que já coleciona medalhas e pódios estaduais, nacionais e internacionais, em três anos de existência.

Os materiais modernizam a estrutura do projeto e dão novas perspectivas para o desenvolvimento dos atletas que, até então, treinavam em barcos mais antigos, de madeira, que datam das décadas de 60 e 70, bem como em equipamentos mais recentes, cedidos pela Universidade Federal de Pelotas e o Grêmio Náutico União.

Os recém-chegados do Rio de Janeiro, feitos com fibra de carbono – mais leves e confortáveis – representam novas possibilidades de crescimento e mais conquistas para o currículo do grupo, acredita o coordenador do Remar para o Futuro, Oguener Tissot.

“A projeção é melhorar ainda mais a qualidade do trabalho. As meninas foram campeãs brasileiras treinando em barcos com mais de 40 e 50 anos… Os novos dão um oxigênio a mais para o projeto, que conseguirá dar uma continuidade melhor aos treinamentos”, afirma Tissot.

O coordenador ressalta que os aparelhos representam a parte mais cara da modalidade, demandando recursos elevados. Quatro barcos quádruplos também foram destinados pelo Flamengo ao projeto pelotense; estes, previstos para chegar nos próximos meses.

Projeção nacional e internacional
 
Trinta alunos, de 11 a 17 anos, da rede municipal de ensino são beneficiados pelo projeto, que também oferece aos participantes benefícios como vale-transporte, atendimento com educadores físicos, fisioterapeuta, nutricionista, aulas de ioga e musculação. Os novos aparelhos – seis barcos olímpicos (quatro single skiff e dois double skiff) e nove barcos-escola – estão agora em fase de montagem, depois de uma viagem de quase 2 mil quilômetros do Rio de Janeiro a Pelotas.

A parceria com o Flamengo também oportuniza a federação dos atletas do projeto, a partir dos 17 anos, que alcançarem indicadores de excelência nos treinos. É o caso de Mariana Macedo, Evelen Cardoso, Piedro Xavier e Facundo Mezquita — remadores que já subiram em pódios nacionais e internacionais, e são os primeiros a simbolizar o vínculo com o clube do Rio.

Investimento no futuro

Maria Fhurmann é uma das atletas da equipe principal do Remar, selecionada para a Seleção Brasileira de Remo de Novos Talentos, que será beneficiada pela chegada dos barcos. A jovem atribui à doação dos aparelhos a oportunidade de ascender, ainda mais, na modalidade.

“Antes só remávamos em barcos antigos, que dificultavam um pouco; agora estes novos representam uma crescente. Estou ansiosa para experimentar”, acrescentou.

A jovem e os demais integrantes da equipe estavam a postos no clube, na madrugada em que os caminhões chegaram a Pelotas, para recepcionar os materiais. Nos próximos dois meses, parte do grupo viajará para participar de competições estaduais no Rio de Janeiro.

Uma rede de cooperativismo foi criada por empresas de transporte marítimo e rodoviário para trazer os equipamentos até Pelotas, sem ônus financeiro para o projeto. O coordenador assinala que o apoio foi determinante para a vinda dos aparelhos, já que o Remar não teria condições de custear o seu transporte.

Colaboraram neste processo: Arroz Emoções, Jovinter, Aliança Hamburg Süd, Porto Sepetiba RJ, Tecon Rio Grande e VK Transportes. Além de Oguener, são professores do projeto Verônica Diedrich, Felipe Fonseca, Maurício Feijó e Raul Würdig – os últimos dois são estagiários voluntários da iniciativa, que tem a coordenação geral do professor Fabrício Del Vecchio.