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Pesquisa do Sebrae RS mostra que empresas continuam com dificuldade de obter financiamento

Levantamento realizado em junho revela também que capital de giro segue como a principal necessidade dos empresários
02/07/2020 Assessoria de Imprensa Sebrae RS

A dificuldade para obter empréstimo tem sido uma das principais dores de cabeça dos empresários desde que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) chegou ao Rio Grande do Sul.

A Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise, realizada pelo Sebrae RS, mostra que 39% dos empreendedores gaúchos precisaram recorrer a um financiamento. Desses, 46% tiveram o pedido negado (alta de 20% em relação à pesquisa anterior), 21% estão em análise e 33% conseguiram.

Para os entrevistados que buscam crédito, a falta de garantias ou avalistas (32%) e a taxa de juros elevada (27%) são os principais entraves, seguidos da empresa ou sócio com alguma restrição cadastral (26%), não sabe (17%), a empresa não possui capacidade de pagamento (8%) e o alto grau de endividamento (6%).

A necessidade de empréstimo está relacionada com a escassez de capital de giro, apontada pela pesquisa como a principal carência dos pequenos negócios, chegando a 58% dos respondentes.

Apesar de todos os programas lançados pelo Governo Federal desde o início da crise, o crédito continua caro e burocrático para os pequenos negócios. No Brasil, as micro e pequenas empresas representam 99% dos empreendimentos e respondem pela maior parte dos empregos.

“Se não socorrermos logo os empreendedores que precisam de crédito a economia irá estagnando progressivamente, dificultando ainda mais o endereçamento desta crise multifacetada que vivemos”, pondera o diretor-superintendente do Sebrae RS, André Vanoni de Godoy.

Para o dirigente, “é melhor entregar dinheiro para as empresas do que pagar seguro-desemprego”, já que recurso na empresa mantém postos de trabalho, gera riqueza, inclusive novos tributos, e o seguro desaparece no consumo individual.

Nesta edição do levantamento, outros temas também surgiram como de interesse dos empreendedores, considerados importantes para a retomada das atividades, entre eles: análise sobre tendências e perspectivas do mercado (32%), análise do comportamento do consumidor (20%) e orientações sobre questões legais - decretos, protocolos e medidas provisórias (10%).

A pesquisa mostra, ainda, que 16% das empresas estão sem possibilidade de funcionar devido à natureza da atividade (predominantemente presencial) e em razão das restrições impostas por decretos governamentais.

Apesar de todas as dificuldades, para 51% dos entrevistados a expectativa é de manutenção dos negócios nos próximos 30 dias. A Pesquisa de Monitoramento dos Pequenos Negócios na Crise ouviu 578 empreendedores gaúchos, de 17 a 25 de junho.

Reflexo no Brasil

A dificuldade de conseguir financiamento também é uma realidade em todo o Brasil e continua provocando danos na economia brasileira. De acordo com pesquisa feita pelo Sebrae Nacional, em parceria com a FGV, desde o início da crise, apenas 16% das pequenas empresas conseguiram crédito, ou seja, 84% das que solicitaram estão aguardando ou tiveram o pedido negado. A proporção de pequenos negócios que buscou crédito variou 9 pontos percentuais (de 30% para 39%).

Isso significa que desde o início da crise, cerca de 6,7 milhões de Pequenos Negócios buscaram empréstimos em bancos e apenas 1 milhão deles, efetivamente, conseguiu. O levantamento nacional ouviu 7.703 donos de pequenos negócios de todos os 26 Estados e do Distrito Federal.

Confira mais dados da pesquisa realizada pelo Sebrae RS:

Funcionamento

84% sim
16% não

Faturamento

74% diminuiu
16% inalterado
10% aumentou

Expectativa para os próximos 30 dias

51% manter
14% reposicionar
11% expandir
10% reduzir
10% retomar
4% encerrar

Necessidades

58% capital de giro
32% análise sobre tendências e perspectivas do mercado
24% alternativas para diversificar produtos e serviços
20% análise do comportamento do consumidor
20% consultorias para readequação do negócio
16% consultorias para gestão financeira
14% consultorias para gestão da crise
13% orientação sobre finanças
13% consultoria para adequação de custos
10% orientação sobre questões legais (decretos, protocolos e medidas provisórias)
7% orientações sobre assuntos trabalhistas

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